sindrome de wolfram diabetes
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Wolfram, tipo raro e letal de diabetes, ganha novo tratamento

A síndrome de Wolfram é uma das formas mais perigosas de diabetes e de difícil tratamento. Mas cientistas descobriram em um remédio popular uma nova forma de combater a doença. 

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Devido à alta complexidade da doença, o Wolfram é estudado a fundo por vários grupos de pesquisa no mundo inteiro, que recebem investimentos de diversos projetos sociais.

Dentre os vários tipos de diabetes que existem (como o diabetes tipo 1, tipo 2, gestacional, MODY etc), talvez o mais perigoso seja o menos conhecido.

A síndrome do Wolfram é uma patologia de origem genética, caracterizada pelo desenvolvimento do diabetes tipo 1 bem cedo durante a vida, acompanhado de problemas seriíssimos na visão e em diversos órgãos. Pessoas acometidas com esta síndrome têm expectativa de vida muito reduzida, geralmente sobrevivendo apenas até a meia idade. Por afetar tantas partes diferentes do corpo, a síndrome de Wolfram, até agora, era muito difícil de ser tratada. Mas uma novidade científica traz esperanças de que esta severa forma de diabetes também pode ser combatida com sucesso, trazendo qualidade de vida e uma sobrevida maior às pessoas afetadas.

Estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos EUA, mostrou que um popular relaxante muscular é eficaz em impedir que o corpo destrua as células produtoras de insulina em animais com Wolfram. Com isto, o diabetes não se torna tão severo e pode ser controlado com maior facilidade.

 

O QUE É A SÍNDROME DE WOLFRAM?

É um problema grave de saúde que atinge 1 a cada 500 mil pessoas no mundo. Tem origem genética e está relacionada à falta ou ao mau funcionamento dos genes WFS1 e CISD2.

O primeiro sintoma a ser notado no paciente é o diabetes tipo 1, geralmente diagnosticado por volta dos 6 anos de idade. A criança sente muita sede, faz muito xixi e requer diversas injeções diárias de insulina para manter a glicemia sob controle. Ao longo dos anos, problemas na visão começam a ocorrer. Perda das cores e da visão periférica são os primeiros sinais percebidos. Além disso, é muito comum a presença de problemas no aparelho urinário, dificuldade em ouvir, em manter o equilíbrio e doenças neurológicas.

 

O dr. Fumihiko Urano estuda a síndrome há anos e é o autor do estudo com o relaxante muscular.

De acordo com o trabalho, que foi feito em camundongos com a síndrome de Wolfram, o uso do relaxante muscular Dantrolen (vendido no Brasil pela farmacêutica Cristália) diminuiu os níveis da enzima calpaína 2 nestes animais, ajudando a controlar o diabetes. O excesso de calpaína 2 é uma das características da síndrome de Wolfram e é responsável pela morte das células beta. O mesmo resultado foi encontrado em análises com culturas celulares humanas.

Fumihiko Urano, principal autor do estudo, explica: “O Wolfram é o tipo mais difícil de diabetes, porque estes pacientes têm problemas de açúcar no sangue e diversos outros desafios”. Segundo o cientista, a meta agora é testar em humanos o uso do relaxante. Caso os testes dêem certo com adultos, os pesquisadores desejam iniciar logo os estudos com crianças – o grupo que mais sofre com esta forma trágica de diabetes.

2 Comentários

  1. M8nha filha hoje tem 33 anos de idade e começou com diabetes de wolfram com 9 anos. Hoje ela te problemas de depressão , audição, sem equilíbrio para andar. Está sendo uma luta , sabendo que sua filha vai morrer e como mãe não posso fazer nada, a não ser testar o que vai aparecendo de doenças ligada à síndrome.

  2. Minha filha tem 42 anos.
    A diabetes veio as 3 anos e meio com mais ou menos 14 anos começou a perder a audição e depois a visão foram 5 anos de luta para descobrir a Sindrome.
    Alguns anos atrás começaram os problemas psicológicos e vários outros sintomas.
    Hoje tratamos o que vai aparecendo…vc vai ao médico e eles nem sabem do que se trata e quando eu falo da Sindrome alguns anotam outros só olham…

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