Um gene que aumenta em 10 vezes as chances de diabetes?
É isto que uma pesquisa científica recém publicada descobriu na maior parte da comunidade diabética de um país. Descubra o poder da genética na matéria!
A população da Groenlândia tem uma das maiores taxas de diabetes do mundo, e a causa parece ter sido encontrada nos seus genes.Tudo mundo que está lendo este texto faz parte da mesma espécie, porém é um ser único e diferente de todos os demais. Cada um de nós possui um conjunto exclusivo de informações genéticas que vão, em grande parte, determinar como o nosso corpo funcionará ao longo da vida. Metade destas informações genéticas que nos formam vem da nossa mãe, a outra metade do nosso pai. Na maior parte dos casos, esta mistura de genes dá certo; mas, às vezes, ocorrem certas combinações que podem influenciar negativamente a saúde. É o que revela uma nova pesquisa científica que tem tudo a ver com o diabetes.
Cientistas dinamarqueses e groenlandeses, alarmados com os índices crescentes de diabetes tipo 2 na Groenlândia (veja onde fica no mapa a seguir), resolveram buscar nos genes uma possível resposta para o “aumento dramático” no número de casos da doença.
Para isto, eles analisaram as informações genéticas de mais de 2500 moradores da ilha – um número muito considerável, sendo que o território tem apenas 57 mil habitantes no total.
Os pesquisadores descobriram que uma variante de apenas um gene respondia por mais de 15% dos casos de diabetes tipo 2 no local.
UM GENE PODEROSO POR TRÁS DO DIABETES TIPO 2
A análise genética da população revelou que uma variante do gene TBC1D4 dificultava sobremaneira a absorção da glicose no sangue pelas células musculares. Com isto, a glicemia das pessoas que possuem esta variante mantém-se sempre alta, elevando os riscos de diabetes.
A pesquisa mostrou que se uma pessoa tiver recebido uma cópia desta variante da mãe e uma cópia do pai, as chances de desenvolver diabetes tipo 2 são 10 vezes maiores do que o normal.
Quando esta pessoa estiver com 40 anos de idade, as chances de ser diabética tipo 2 são de 40%. Quando tiver 60 anos, o risco chega a incríveis 60%.
Os resultados serão publicados na próxima edição da revista Nature, a mais famosa publicação científica do mundo.
GENÉTICA NÃO É DESTINO
Ter nascido com duas cópias da variante não significa que uma pessoa necessariamente desenvolverá diabetes tipo 2. Significa, apenas, que as chances são maiores. É importante que elas saibam que correm riscos elevados, assim poderão tomar cuidados extra durante a vida para evitar a doença – como por exemplo praticar mais atividades físicas e se alimentar de maneira correta.
Vale notar que a tal variante do gene TBC1D4, apesar de não ser exclusiva da população da Groenlândia, é muito pouco comum no resto do mundo. Dificilmente um brasileiro a terá em suas células. As causas genéticas do diabetes na nossa população ainda precisam ser averiguadas.
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