Home Ciência Quando todos achavam que o problema era a insulina…

Quando todos achavam que o problema era a insulina…

Pesquisadores descobrem que o diabetes tipo 2 pode estar relacionado não apenas ao funcionamento anormal da insulina, como também ao de seu hormônio “contrário”, o glucagon.

Existe um hormônio que todo diabético conhece de cor e outro que todos deveriam conhecer. Trata-se, claro, da insulina, no primeiro caso, e do glucagon, no segundo. A insulina é a velha amiga que faz com que o nível de glicose no sangue diminua. O glucagon, por sua vez, tem o efeito contrário: estimula o fígado a liberar açúcar na corrente sangüínea. Sabendo disso, e lembrando que o diabetes é caracterizado por taxas muito altas de glicemia, qual dos dois hormônios você estudaria, caso fosse um cientista, na procura por uma cura do diabetes?

Ora, até hoje, a grande maioria escolheu a insulina. E isto parece bem óbvio: diabetes = açúcar demais no sangue; insulina = diminuição da glicemia. Portanto, cura do diabetes = estudo da insulina! Todavia, resultados recém-saídos dos laboratórios do Departamente de Fisiologia Molecular e Integrativa da University of Michigan Medical School levantaram a moral do glucagon e podem abrir novas frentes de pesquisa na luta contra o diabetes.

A pesquisa estudou os efeitos da obesidade no desenvolvimento do diabetes. “Há uma teoria bem comum de que a inflamação no fígado e no tecido adiposo associada à obesidade causa resistência à insulina, e que isso leva ao maior problema do diabetes tipo 2: altas taxas de açúcar no sangue.”, explica Liangyou Rui, Ph.D, professor associado na Universidade de Michigan. A descoberta do grupo é que a inflamação destes tecidos, ocasionada pela obesidade, pode intensificar a habilidade do glucagon de liberar açúcar no sangue.

Em outras palavras, isto significa que, além da ação da insulina ser prejudicada, os efeitos nocivos da obesidade no organismo também podem levar a um aumento da glicemia, este induzido por uma ação intensificada do glucagon. Acredita-se que a descoberta lançará novas luzes na busca do entendimento total da fisiologia do diabetes, o que nos torna ainda mais aptos a buscar uma cura à doença.

 

Imagem: FreeDigitalPhotos.net

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