Home Política & Dinheiro Qual o foco dos cientistas quando estudam o diabetes?

Qual o foco dos cientistas quando estudam o diabetes?

Estudo descobre que há muito mais pesquisas sobre efeitos de remédios em diabéticos do que sobre a prevenção da doença.

São tantos os estudos sobre o diabetes publicados todos os meses que às vezes é necessário dar um passo para trás e observar, de longe e de maneira geral, do que eles exatamente tratam. Uma equipe da Escola de Medicina da Universidade Duke, nos EUA, resolveu fazer justamente isto e publicou suas descobertas na última edição do periódico Diabetologia. Os pesquisadores conseguiram traçar um panorama interessantíssimo de como a Ciência estuda esta doença tão complexa chamada de diabetes.

O trabalho analisou dados de cerca de 2500 testes clínicos sobre o diabetes tipo 2, registrados no governo norte-americano entre 2007 e 2010. 90% dos estudos eram focados nos efeitos de medicamentos nos pacientes – ou seja, apenas 10% das pesquisas estavam interessadas em descobrir métodos de prevenção da doença.

Além disso, a nova pesquisa indica que menos de 1% dos testes clínicos era focado em pessoas acima dos 65 anos – uma faixa etária bastante propensa a desenvolver o diabetes. Similarmente, 31% dos estudos excluíam adultos mais velhos de maneira geral. Para quem achou que estes dados indicam que o foco dos testes eram as pessoas mais jovens, vale notar que apenas 4% dos estudos eram voltados a pessoas com menos de 18 anos – mesmo sabendo-se, hoje, das taxas crescentes de obesidade e diabetes infantil.

Para ‘coroar’ as descobertas da nova pesquisa, os cientistas de Duke mostraram que 91% dos testes clínicos acerca do diabetes tipo 2 foram de curta duração e envolveram um número pequeno de participantes, o que limita o escopo de suas descobertas.

“A maioria dos testes clínicos para o diabetes tipo 2 em vigor é problemática por diversas razões, incluindo os fatos de que eles envolvem um número pequeno de participantes, excluem quem tem idade avançada, são de curta duração e envolvem terapia medicamentosa ao invés de intervenções preventivas e sem o uso de drogas”, comentou Jennifer Green, uma das autoras do estudo e professora de medicina na Universidade Duke.

“Se pudermos prevenir o desenvolvimento do diabetes em um número significativo de indivíduos, isto deve, em teoria, reduzir os custos de saúde e minimizar a probabilidade de que estas pessoas desenvolvam complicações relacionadas ao diabetes no futuro”, acrescentou a pesquisadora.

Como diz o velho ditado, prevenir é melhor que remediar. No caso do diabetes, eis aí uma lição que muitos pesquisadores bem que poderiam aprender!

 

5 Comentários

  1. gostava que as pesquisas focassem tambem no campo prevencao para podermos ajudar os nossos filhos ,porque eu ja sou diabetica,vivo num pais subdesenvolvido que nao tem recursos para ajudar estes doentes.

  2. Por favor, estou fazendo uma pesquisa importante sobre diabetes e esse estudo da Universidade Duke, contribuiria muito para minha discussão. Vocês poderiam me passar o link ou o título do artigo?
    Desde ja agradeço
    Isabel

  3. eu gostaria de lê esse artigo completo, se possivel mandem para o meu email, por favor, desde ja agradeço a equipe! bjss

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