Por que o transplante de células-tronco não é a cura para o diabetes tipo 1?
Uma resposta do dr. Carlos Couri para a indagação de milhares de diabéticos.
É com muita satisfação que o Brasil é pioneiro mundial no uso de células-tronco para diabetes tipo 1. Nossas pesquisas se inciaram em 2003 e seguem até hoje. Infelizmente não promovemos cura mas sim tentamos uma maneira inovadora e singular na sua abordagem.
Como mostramos bem, tratam-se apenas de pesquisas e muito teremos que estudar para chegar em qualquer conclusão.
Vale destacar que nossa equipe da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – USP é enorme e montada pelo Prof Júlio Voltarelli. Temos na equipe enfermeiros, auxiliares de enfermagem, terapeutas ocupacionais, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, médicos de outras especialidades, ou seja, somos um grande time.
Atualmente o grupo geral está sob coordenação da Dra Belinda Simões, juntamente com a Dra Maria Carolina Oliveira. Nossos estudos foram aprovados pelo FDA e disseminados nos Estados Unidos e Europa.
Para ser voluntários são necessários preencher inúmeros critérios de inclusão sendo que os iniciais são:
- Idade entre 18 e 35 anos;
- Diabetes tipo 1 há menos de 5 meses.
POR QUE O TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO NÃO É A CURA PARA O DIABETES TIPO 1?
Desde as primeiras notícias na mídia leiga sobre os estudos de nosso grupo da USP-Ribeirão Preto, muitas pessoas fazem um link entre transplante de células-tronco e cura do diabetes tipo 1. É óbvio que a cura é o principal objetivo de qualquer médico ou pesquisador.
Devemos nos lembrar porém que o diabetes tipo 1 é uma alteração crônica da glicemia e da secreção de insulina e seu tratamento baseia-se em alguns pilares que são:
1- Compreensão e aceitação da doença;
2- Alimentação saudável;
3- Exercícios físicos regulares;
4- Insulinoterapia;
5- Monitorização de glicose
Como se pode ver, o que conseguimos no transplante até hoje é suspender o uso de insulina em vários pacientes ao longo do tempo. Porém, em nossas pesquisas, recomendamos veementemente que nossos pacientes mantenham a atividade física regular, alimentação saudável e medição regular das glicemias capilares.
Temos pacientes que ficaram livres de insulina por longo período e retomaram o uso de insulina novamente. Certamente, em muitos casos, se o paciente tivesse seguido as recomendações adequadamente ele conseguiria ficar ainda mais tempo sem usar insulina.
Com muita frequencia recebo no consultório pacientes diabéticos ou seus familiares dizendo que procuram o transplante de células-tronco porque não aceitam o diabetes e querem viver sem ele. Nestes casos, faltam-lhes o alicerce básico para o correto tratamento do diabetes e sem isto não podemos fazer nada.
O transplante de células-tronco não é uma fuga, mas sim uma pesquisa muito séria que avalia uma das principais promessas da humanidade no tratamento de uma doença comum que é o diabetes tipo 1.
Quem nos procura tentando viver a vida chamada “normal” geralmente comete um grande engano. Estas pessoas muitas vezes acham normal comer doce e açúcar diariamente; acham normal comer aqueles biscoitinhos condimentados repletos de gordura e sal; acham normal comer fast-food com frequencia; acham normal ser sedentários e comer coxinha e esfiha no recreio da escola; acham normal almoçar e repetir o prato 2 ou 3 vezes e nem sequer comer uma verdura ou um legume.
O que nós queremos é que nossos pacientes tenham uma vida saudável e com qualidade de vida, níveis de glicemia adequados e muita disposição para viver aceitando o diabetes e não vendo-o como um inimigo, mas sim como um aliado. Tenho muitos pacientes que melhoraram muito de vida após o diabetes. Graças ao diabetes que eles hoje se preocupam mais com uma vida saudável.
Vamos refletir…
Clique no link abaixo e veja matéria no Globo repórter sobre Diabetes e hipertensão apresentado em 15 de março de 2013. Neste programa eles também mostram dados de nossa pesquisa.
Por Dr Carlos Eduardo Barra Couri
PhD em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, pesquisador da Equipe de Transplante de Células-Tronco da USP-Ribeirão Preto. Conceituado e premiado autor de pesquisas – inclusive em publicações internacionais -, materiais educativos e livros sobre o diabetes, em especial o tipo 1, e terapias com células-tronco.
Site: http://carloseduardocouri.blogspot.com.br ; www.twitter.com/cecouri
Remissão do diabetes tipo 2 é uma realidade cada vez mais frequente, afirmam entidades médicas
Um dos termos mais procurados junto com “diabetes” é “cura“. Afina…
Eu tenho diabeti 5anos Eu como bastante depois tomo insulina para normalisar esta correto obrigado
sou diabeticos a 6 anos se houver possibilidade de células troncos para cura me comunique tenho muita hipoglicemia sou assintomático não sinto nada
sou per diabética gostaria de saber como posso ser voluntaria para tratamento
sou uma pessoa com per diabete poso fazer parte dos voluntario do tipo 1