Obesidade não é o principal fator de risco para diabetes tipo 2?
Pesquisa realizada na Dinamarca indica que não é o número de calorias, mas o que e quando comemos, que faz a diferença para a saúde.
Se você acha que a perda de peso é suficiente para prevenir a diabetes tipo 2, não tenha muitas esperanças. Uma nova pesquisa divulgada na edição de setembro da revista FASEB Journal, da Federação Americana de Biologia Experimental, sugere que uma pessoa não precisa estar acima do peso para desenvolver a doença.
O estudo comparou gêmeos geneticamente idênticos — um mais gordo que o outro — e descobriu que, depois de comerem uma refeição ao estilo fast-food, as moléculas circulantes, incluindo aqueles relacionados à diabetes tipo 2, apareciam em ambos os indivíduos nos mesmos níveis. Esta descoberta sugere que o aparecimento deste tipo de diabetes é fortemente influenciado por fatores genéticos e/ou pela composição da flora intestinal.
— Nosso estudo contribui para uma melhor compreensão dos componentes genéticos e ambientais que influenciam diversos fatores de risco associados à obesidade e doenças metabólicas (por exemplo, diabetes tipo 2) — afirmou Matej Oresic, autor do estudo realizado no Centro Steno Diabetes, na Dinamarca.
O perfil dos voluntários escolhidos para a investigação foram gêmeos jovens e saudáveis, que diferiam em peso. Após comer a refeição, amostras de sangue foram recolhidas ao longo de várias horas. Os investigadores analisaram diversas moléculas pequenas presentes no sangue, incluindo aminoácidos, ácidos graxos e ácidos biliares.
Os resultados mostraram que as semelhança genéticas entre os irmãos são um fator dominante na resposta metabólica após as refeições, independente do peso. Entretanto, quando em jejum, alguns fatores de risco aumentados foram identificados nos voluntários mais pesados.
— Quando alguém está acima do peso e com risco de diabetes, é comum dizer para a pessoa perder peso, e em determinado grau isso é válido. Este relatório, no entanto, mostra que uma caloria não é apenas uma caloria como alguns afirmam. Exatamente o que comemos e bebemos, e não somente o número de calorias, pode ser o fator mais importante para a saúde — complementa Gerald Weissmann, editor-chefe do The FASEB Journal
Fonte: ZeroHora
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