O que a Finlândia fez para parar o diabetes?
Estudo indica que o número de casos de diabetes infantil parou de crescer no país. Será que alguém já descobriu o motivo?
Há várias décadas o diabetes tipo 1 é uma das doenças crônicas mais presentes em crianças da Finlândia, país no norte da Europa. Registros médicos nacionais mostram que a incidência da doença cresceu aceleradamente a partir dos anos 1980, atingindo um pico em 2006. Uma nova pesquisa analisou o que aconteceu com esta incidência de 2006 para cá. O resultado espantou os pesquisadores: o número de casos de diabetes tipo 1 em crianças parou de crescer nos últimos anos.
O estudo, publicado na última edição da revista científica Journal of the American Medical Association, analisou dados de diversos bancos de dados de saúde finlandeses, coletando informações a partir de 1980 até 2011. Com isto, descobriu que 14.069 novos casos de diabetes tipo 1 foram diagnosticados neste período em crianças no país, sendo que 3.332 casos foram descobertos entre 2006 e 2011 – pode parecer pouco, mas devemos lembrar que a Finlândia possui uma população bem pequena, de cerca de 5,5 milhões de pessoas.
Além disso, ao organizarem os dados de acordo com a faixa etária das crianças diagnosticadas, os autores puderam construir um gráfico (abaixo) que mostra que a incidência de diabetes no país passou por um intervalo de rápido crescimento entre o final da década de 1980 e o início deste século, tendência revertida nos últimos anos.
Isto não significa que menos crianças finlandesas estão sendo diagnosticadas com o diabetes tipo 1, mas mostra que a taxa de crescimento no número de novos casos parou de crescer (o que é, por si só, uma ótima notícia!).
O QUE ACONTECEU NA FINLÂNDIA PARA O DIABETES PARAR DE CRESCER?
A grande questão que o novo estudo levanta é a seguinte: o que aconteceu na Finlândia para que, ao contrário do que anda ocorrendo ao redor do mundo, o crescimento do diabetes infantil tenha parado?
Valma Harjutsalo, do Instituto Nacional de Saúde e Bem-estar de Helsinque, e seus colegas argumentam que alguns fatores comumente associados a maiores riscos de diabetes tipo 1 parecem não explicar o ocorrido. Por exemplo, é sabido que a obesidade em crianças aumenta as chances de diabetes tipo 1. Nos últimos 20 anos, os números de crianças obesas e acima do peso na Finlândia cresceu anualmente (e não houve diminuição desde 2005). Mesmo assim, como vimos, as taxas de diabetes pararam de subir.
A Finlândia é um país de beleza natural exuberante (apesar do frio intenso!) e que oferece alta qualidade de vida para sua população.Outro fator que poderia desencadear o diabetes tipo 1 são vírus que atacam o trato digestivo, mucosas e o aparelho respiratório. Como garantem os cientistas, “o número de infecções severas de enterovírus na Finlândia cresceu dez vezes de 2006 a 2010, e é provável que infecções menos severas tenham crescido também; todavia, a incidência de diabetes tipo 1 não aumentou neste mesmo período”.
A única explicação que os pesquisadores conseguiram encontrar é a de que o consumo de vitamina D aumentou justamente durante o período em que os números do diabetes infantil pararam de subir.
“A quantidade de vitamina D recomendada para suplementação [alimentar] em crianças foi reduzida a um décimo desde 1950, tempo durante o qual a incidência de diabetes tipo 1 aumentou cinco vezes. A fortificação de produtos lácteos com vitamina D após 2003 pode ter contribuído para o nivelamento da incidência do diabetes tipo 1”, explicam os autores.
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