O Conto da Rua Muir
Tudo estava calmo na rua Muir naquela manhã de segunda-feira. Até que um motorista invadiu a rua na contramão e provocou o caos. Entenda qual a relação deste caso policial com o diabetes!
A pacata rua Muir, em Glasgow. © Google 2012
Esta é uma história com contornos trágicos. O lado bom de ser contada é que é possível aprender bastante com as lições do ocorrido, evitando-se, desta forma, novas tragédias no futuro.
Tudo estava calmo na rua Muir, em Glasgow, no Reino Unido. Era uma pacífica segunda-feira de manhã como qualquer outra. A missa na Catedral de Nossa Senhora da Boa Ajuda havia terminado havia pouco tempo e os membros da paróquia caminhavam de volta para suas casas. De repente, algo de curioso aconteceu. Um carro invadiu a rua na contramão. Atravessou parte da Muir em baixa velocidade. Algumas cabeças se viraram para o motorista, com aquele olhar de “presta atenção!” impresso nos olhos. Estes mesmos olhos, logo em seguida, arregalaram-se, assustados com o que viam. O motorista acelerou. Bastante. Em uma rua tranqüila como a Muir, isto, por si só, já seria estranho. Mais estranho ainda foi que, ao acelerar, o carro pareceu desgovernado, colidindo com vários veículos estacionados ao longo do meio-fio. Os transeuntes pararam, preocupados. O que estava acontecendo com este louco motorista? Antes do fim da rua, o carro na contramão realizou seu último ato de infração, uma ação que machucaria profundamente a comunidade: após bater nos carros, invadiu a calçada e atropelou duas amigas, senhoras na casa dos 60 anos, que faziam compras após a missa. Uma delas voou longe e passou três meses no hospital. A outra, Elizabeth McGuinness, ficou presa sob o veículo por horas e acabou falecendo, deixando em choque seus muitos amigos na cidade. O motorista, Brian Docherty, de 44 anos, havia tido uma convulsão, causada por um episódio de hipoglicemia.
Elizabeth McGuinness, enfermeira e envolvida no caso.Brian sofreu apenas ferimentos leves. O caso foi parar nos tribunais bretões. Durante o julgamento, afirmou um dos promotores: “Parece que o acusado sofreu um ataque hipoglicêmico enquanto dirigia. Suas baixas taxas de açúcar no sangue teriam severamente afetado sua habilidade de dirigir e ele teria estado próximo de desmaiar quando aconteceu o incidente.” O promotor descobriu, através dos registros médicos do motorista, que ele não cuidava bem de seu diabetes e, por isso, já havia sido repreendido por seus médicos. Além disso, escondeu dos órgãos responsáveis que possuía a condição, o que facilitou que mantivesse a carteira de motorista. Brian se considerou culpado pela morte e pelos ferimentos causados e deve ser sentenciado no próximo mês.
Não é a primeira vez que o Diabeticool publica uma matéria sobre histórias curiosas de motoristas diabéticos. Neste artigo (link), por exemplo, contamos o que aconteceu nos EUA quando policiais pensaram que um homem, o qual passava por um choque hipoglicêmico, estava dirigindo bêbado.
Estes casos vêm ilustrar a importância crucial de se cuidar com muita atenção das taxas de glicemia e do diabetes no geral. Felizmente, a grande maioria das pessoas que têm diabetes sabe o quão fundamental é se informar e tratar bem a doença, tanto que comentários em sites internacionais sobre a notícia de Glasgow não são nem um pouco simpáticos ao motorista. “Eu sou um diabético tipo 2 e não sinto a mínima pena por este homem, já que o que aconteceu foi inteira culpa dele. Eu tomo meus remédios regularmente e tenho pouquíssimos casos de hipoglicemia”, comentou um senhor, expressando a indignação geral da comunidade diabética.
O Diabeticool possui uma página especial sobre a Hipoglicemia, com informações sobre fatores de risco, sintomas e tratamentos, além de uma coluna do Dr. Carlos Couri. Certifique-se de lê-la também!
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