Millie, a heroína que salvou uma vida com as próprias patas
Cachorrinha especialmente treinada salva, de maneira surpreendente, a vida de dono que havia entrado em coma diabético.
Paul McKenzie e sua grande amiga – e heroína – Millie.
A vida de Paul McKenzie não é fácil. O senhor de 47 anos, divorciado, sofre de neuropatia – ou danos nos nervos, uma complicação comum do diabetes – e tem de se locomover em uma cadeira de rodas. Toda vez que algo caía no chão, a dificuldade em recuperar o objeto era imensa e tombos dolorosos eram comuns de ocorrer. Em vista disto, Paul decidiu adotar um cachorro para lhe fazer companhia e ajudar em pequenas tarefas domésticas. Foi assim que a cadela Millie, uma esperta labradora, entrou em sua vida – e a salvou, como veremos!
Millie foi treinada como ajudante para pessoas com deficiências pela ONG britânica Canine Partners, especializada neste tipo de adestramento. Uma das características dos cães da associação é que eles aprendem desde cedo a utilizar um aparelho chamado de “botão do pânico”. Toda vez que seu dono se encontrar em dificuldades, basta que ele grite “alarme!” e o cachorro corre para pressionar o botão. Com isto, um número de telefone é discado e equipes de plantão tentarão entrar em contato com a pessoa em apuros através de alto-falantes instalados em sua casa. Caso não haja resposta, o serviço de emergência é ativado e os vizinhos são postos em alerta. Paul já utilizou este moderno serviço de ajuda cerca de dez vezes nos últimos dois anos e meio. Porém, no último mês, mesmo que quisesse, não conseguiria usá-lo.
“Eu havia saído pela manhã com a Millie para fazer umas comprar e tudo estava bem, apenas minha glicemia se mantinha baixa”, relembra o sr. McKenzie. “Eu almocei, mas depois passei mal e fiquei um pouco ruim à tarde. Lá pelas 18:30, Millie e eu brincamos de cabo-de-guerra, o que foi minha última recordação por um tempo”. As taxas de açúcar no sangue de Paul estavam atingindo um limite perigosamente baixo. “O botão do pânico foi pressionado às 19:45. A equipe estava gritando para mim através do alto-falante – normalmente podemos nos comunicar através dele não importa onde eu esteja no apartamento -, mas quando eles não ouviram respostas, perceberam que foi a Millie quem apertou o botão e pediu ajuda.”
Alto falante através do qual Paul pode se comunicar com as equipes de emergência.Dedicação canina
O que impressionou tanto a equipe de emergência quanto o próprio sr. McKenzie foi que Millie nunca havia sido treinada para fazer o que fez. Todos os cachorros da Canine Partners sabem que devem pressionar o “botão de pânico” quando seus donos mandarem, porém nenhum deles é ensinado a apertá-lo quando não há ordem. Paul havia entrado em coma diabético – situação crítica na qual os níveis de glicose atingem níveis tão baixos que a pessoa perde completamente a consciência e pode morrer caso não receba tratamento com urgência – e, portanto, estava desacordado e não poderia gritar “alarme!”, alertando assim Millie. Mesmo assim, a labradora mostrou enorme inteligência e não tardou em chamar a ajuda.
Millie mostra o botão de emergência.“A Millie é minha própria Lassie – ela salvou minha vida, e se não fosse por ela, eu não estaria aqui hoje“, emociona-se Paul. “Eu não consigo acreditar o quão esperta ela é. Nós a treinamos para apertar o botão de emergência sob meu comando, e eu muitas vezes o uso para chamar ajuda quando eu caio em casa e não consigo me levantar. Porém nunca, nem em meus sonhos mais malucos, eu pensei que a Millie entendia as conseqüências de ela pressionar o botão – que a ajuda sempre vinha.” O dono derrete-se de elogios pela peluda amiga: “O serviço de emergência ficou maravilhado quando percebeu que havia sido meu cachorro que pediu ajuda.”
“Ela é uma em um milhão – minha melhor amiga”.
“Já ouviu falar nos cachorros que farejam a glicemia?”
“Como é que eles conseguem?“
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