Laboratório Eli Lilly investe US$ 3 milhões em pesquisas sobre o diabetes
Um dos projetos trata da diabetes gestacional e o outro busca orientar, através de filmes educativos, crianças e famílias de portadores da doença.
Dois projetos de saúde desenvolvidos no Rio Grande do Sul foram incluídos em um programa mundial do grupo farmacêutico americano Eli Lilly que poderá beneficiar as milhões de pessoas que sofrem de diabetes em todo o mundo — são 1,3 milhão de mortes anuais, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Fundação Médica do Rio Grande do Sul, associada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre, receberá US$ 3 milhões para impulsionar uma pesquisa que acompanhará, ao longo de três anos, cerca de 5 mil mulheres que tiveram elevação dos níveis de glicose durante a gravidez (situação conhecida como diabetes gestacional). Estas gestantes podem desenvolver, no futuro, diabetes do tipo 2, a forma mais branda da doença, que corresponde a 90% dos casos.
O outro projeto, do Instituto da Criança com Diabetes (ICD), receberá R$ 138 mil para divulgar um modelo educacional de apoio a profissionais de saúde que lidam com a doença em centros não especializados.
— Os dois projetos têm a simplicidade no seu DNA. Podem ser implantados em qualquer país do mundo e não representarão custos extras nem para os pacientes nem para os governos — diz Regiane Salateo, diretora de Assuntos Corporativos da Lilly do Brasil.
Os investimentos fazem parte da Parceria Lilly de Doenças Não Comunicáveis, uma iniciativa global da empresa para reduzir a incidência dessas enfermidades, nas quais se incluem as doenças cardíacas, respiratórias e o câncer.
Os projetos
Diabetes gestacional
Liderado pelos professores Maria Inês Schmidt e Bruce Duncan, da UFRGS, o projeto vai acompanhar 5 mil mulheres que tiveram diabetes gestacional. Um grupo receberá o acompanhamento padrão hoje utilizado nestes casos. O outro grupo será monitorado constantemente, inclusive com telefonemas, torpedos, e-mails e outras formas de comunicação, que vão estimular as mulheres a seguirem uma dieta adequada e realizarem atividades físicas.
A expectativa é reduzir em até 40% a incidência da doença entre o grupo com acompanhamento intensivo. O projeto também deve resultar em um protocolo que poderá ser aplicado em todo o mundo.
Filmes educativos
O projeto do Instituto da Criança com Diabetes é tão singelo como eficiente. As 15 aulas de 45 minutos elaboradas pelo ICD, com orientações para melhorar a qualidade de vida das crianças e das famílias de portadores de diabetes do tipo 1 e evitar as complicações decorrentes da doença, como cegueira e amputações (e que foram responsáveis pela redução do número de internações em impressionantes 85%), foram transformadas em 15 filmes de sete minutos.
O objetivo, explica Balduino Tschiedel, presidente do ICD, é distribuir esses filmes a comunidades carentes, principalmente do Nordeste, na expectativa de obter resultados semelhantes.
Saiba mais
O Brasil foi um dos quatro países incluídos no programa Parceria Lilly de Doenças Não Comunicáveis, ao lado da Índia, do México e da África do Sul.
O lançamento do projeto no Brasil ocorreu na útlima quinta-feira, em Porto Alegre.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças não comunicáveis, também conhecidas como doenças crônicas não transmissíveis, são a principal causa de morte no mundo. Recebem essa denominação porque sua ocorrência (ao contrário das doenças contagiosas, por exemplo) não precisa ser comunicada às autoridades de saúde.
Fonte: Zero Hora
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