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Insulina é essencial para diabéticos?

Nova pesquisa recém-publicada indica que a insulina talvez não seja tão importante assim para quem está com diabetes.

Por enquanto a resposta à pergunta que dá título a esta matéria é um sonoro “sim“. Mas uma descoberta científica põe em cheque o papel central da insulina no tratamento de quem está com diabetes.

Já faz décadas que a insulina é a companheira diária de milhões de diabéticos no mundo todo, tenham eles o tipo 1 ou o tipo 2 da condição. A insulina é o hormônio que ajuda a retirar o excesso de açúcar no sangue de quem está com diabetes e é considerada o tratamento-padrão para boa parte dos pacientes. Mas este reinado terapêutico pode estar com os dias contados.

Uma pesquisa realizada por cientistas do Centro Médico Southwestern da Universidade do Texas, nos EUA, mostrou que um outro hormônio naturalmente presente no corpo humano, a leptina, pode muito bem fazer o papel da insulina no controle da glicemia. Melhor ainda, a leptina seria capaz de fazer isto evitando um dos efeitos colaterais mais perigosos do uso da insulina.

 

CAMUNDONGOS SOBREVIVERAM SEM NENHUMA INSULINA

A idéia do estudo em questão foi descobrir se seres vivos como nós seriam capazes de sobreviver sem insulina no organismo, somente a leptina.

Para isto, os cientistas utilizaram camundongos (animais que possuem fisiologia bastante similar à nossa) geneticamente modificados para que não produzissem insulina alguma. Destes camundongos, um grupo passou a receber regularmente doses do hormônio leptina, e o outro não. Em pouco tempo, os animais do segundo grupo vieram a falecer, enquanto que os do primeiro grupo sobreviveram normalmente.

Ou seja, a leptina parece ser, sim, capaz de controlar a quantidade de açúcar no sangue, mesmo na total ausência de insulina.

+ LEIA MAIS SOBRE A LEPTINA EM “O QUE É MAIS IMPORTANTE: O QUE VOCÊ COME OU QUANDO VOCÊ COME?“.

 

POR QUE AINDA NÃO EXISTE UM TRATAMENTO DE LEPTINA PARA NÓS?

A grande novidade desta pesquisa – e que abre oportunidades terapêuticas inéditas para os seres humanos – é que ela permitiu a descoberta, pela primeira vez, das vias moleculares ativadas quando há somente leptina (e não insulina) no corpo.

No caso, descobriu-se que o hormônio atua sobre neurônios específicos do hipotálamo, que é uma parte importantíssima do cérebro no controle do nosso organismo.

Até então, os cientistas já sabiam que a leptina tinha uma certa influência positiva no manejo da glicemia – e portanto do diabetes -, mas ninguém sabia o porquê disto. Agora, com as vias moleculares desvendadas, os pesquisadores podem trabalhar em novas frentes de pesquisa para tratamentos antidiabéticos.

Uma outra boa notícia é que, apesar de ajudar no controle da glicemia assim como a insulina, a leptina é incapaz de provocar problemas sérios de saúde como a hipoglicemia.

Já pensou tomar um remédio para controlar a quantidade de açúcar no sangue sem se preocupar com efeitos indesejáveis como a hipoglicemia? Torçamos para que, em breve, esta seja uma realidade. O Diabeticool ficará de olho no desenvolvimento desta nova e promissora linha de pesquisas!

 

2 Comentários

  1. Ja li algo sobre a leptina; mas estas informacoes aqui sao otimas; para os diabeticos; principalmente para os dependentes de insulina. Tomar medicamentos que contenham esta substancia; sera que ajudaria no tratamento?

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