Incríveis fotos mostram como é para um jovem viver com o diabetes tipo 1
Pesquisadora norte-americana distribui câmeras fotográficas a jovens com diabetes tipo 1 e pede para mostrarem o que o diabetes significa para eles. O resultado é surpreendente.
O que sente uma pessoa após o diagnóstico, na rotina diferente do dia-a-dia, quando os cuidados com a saúde se tornam parte fundamental da vida?
Uma nova pesquisa científica buscou entender o que passa na cabeça de um diabético tipo 1. Em especial, o interesse era saber o que os jovens pensam sobre o convívio diário com a condição.
Será que eles se sentem deprimidos devido a tantas checagens de glicemia e injeções de insulina? Ou será que o diabetes acaba se tornando um motivo a mais para lutarem pela boa saúde, um incentivo à melhora da qualidade de vida?
A CÂMERA FOTOGRÁFICA COMO ESPELHO DA ALMA
Para entender a mente de um jovem diabético, a equipe de cientistas liderados pela dra. Ashby Walker, da Escola de Medicina da Universidade da Flórida, distribuiu uma câmera fotográfica para dezenas de voluntários. Eram jovens de 12 a 19 anos, todos com diabetes tipo 1 há pelo menos dois anos.Os jovens foram instruídos a tirar 05 fotos que mostrassem o que o diabetes representa para eles. A fotografia, por ser um meio popular entre os jovens e algo familiar para eles, facilitaria a expressão de seus sentimentos de maneira mais “honesta” do que se os pesquisadores pedissem um texto escrito, por exemplo.
“Conforme você bate cada foto, tenha em mente a seguinte idéia: Para mim, diabetes é _____. Imagine explicar o que significa viver com diabetes a alguém que não sabe o que seja isto“, estava escrito nas instruções distribuídas aos jovens.
Além de tirar as fotos, os jovens deveriam escrever uma breve sentença explicando a relação entre a imagem e seu diabetes.
DIABETES É DESAFIO E DOR…
Mais de 200 fotos foram recebidas pelos pesquisadores. Os resultados serão publicados no periódico Diabetes Spectrum.Qual foi o tipo de foto mais comum? Foram aquelas que equacionavam o diabetes a aparelhos como agulhas, seringas, medidores de glicose, bombas de insulina e lancetas. 88% dos jovens tirou pelo menos uma foto deste tipo. Veja algumas das imagens reais do estudo, acompanhadas das legendas escritas pelos jovens, ao longo da matéria. As imagens são cortesia da dra. Walker e sua equipe ao Diabeticool.
Outro tema muito comum foi a comida. 68% dos participantes tirou pelo menos uma foto mostrando um prato de alimento, geralmente doces como cookies, pães, sorvete e bolo. Nestes casos, as legendas eram, no geral, mais agressivas, mostrando frustração por não poderem comer as guloseimas.
Metade dos jovens bateu pelo menos 01 foto de seu corpo, geralmente mostrando como é medir a glicemia ou injetar insulina. Segundo o estudo, “[Em] todas as narrativas que acompanharam estas fotos, (…) os jovens descreveram as imagens em termos de dor ou sofrimento”.
…MAS TAMBÉM SIGNIFICA SUPERAÇÃO
Mas não é só a dificuldades e desafios que os jovens associam o diabetes tipo 1. Muitos vêem a condição como uma maneira de viver uma vida mais saudável, apesar dos desafios inegáveis do dia-a-dia.53% dos adolescentes tirou pelo menos 1 foto representando situações de superação e de um cotidiano “normal”. Muito comuns foram imagens de brincadeiras com bichinhos de estimação, prática de esportes e atividades físicas e a leitura da Bíblia.
Vale notar também que 12% de todas as fotos mostravam cenas em que os jovens afirmavam que o diabetes não definia quem eles eram. Veja alguns exemplos a seguir.
DIFERENÇAS ENTRE MENINOS E MENINAS NO CONVÍVIO COM O DIABETES
O estudo observou ainda que meninos tiraram mais fotos de comida do que as meninas. Segundo os cientistas, uma possível explicação é que o diabetes exige moderação e auto-controle na hora de se alimentar, o que é visto como “coisa de menina” na juventude, especialmente em situações sociais. Assim, comer se torna uma fonte de frustração maior para os meninos.Já as garotas preferiram focar as lentes da câmera em situações que ajudam a lidar com diabetes, como brincar com animais de estimação e escrever diários.
Além disso, os jovens que moravam em lares de melhor condição social tiraram, no geral, um número maior de fotos mostrando como “superaram” o diabetes do que os jovens de classe social mais baixa.
“(..) Os jovens neste estudo claramente mostraram que o diabetes significa enfrentar desafios – como ter atenção constante com equipamentos e com comida – e que seus corpos são o local que o diabetes “invade” de várias maneiras”, escreveram os pesquisadores.
“Tão importante quanto estes fatos é observar que os jovens também mostraram estratégias criativas e significativas para minimizar as dificuldades da doença e também para rejeitar impactos culturais negativos que podem acompanhar seu diagnóstico”.
O Diabeticool agrade a dra. Ashby Walker e demais cientistas envolvidos no estudo pela divulgação das fotos e dos resultados.
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