Fomos feitos para dormir bem
Nosso organismo tem um piripaque quando não descansa direito. Quem dorme pouco e/ou tem padrões de sono irregulares possui maiores chances de desenvolver síndrome metabólica e diabetes. E também engorda mais fácil.
Estes são alguns dos resultados da pesquisa do PhD Orfeu Buxton e sua equipe da Harvard Medical School, em parceria com o Brigham and Women’s Hospital de Boston, publicadas há pouco no Science Translational Medicine. Orfeu estudou o sono de voluntários saudáveis durante um mês, submetendo-os a variações ousadas em sua rotina de dormir. Por exemplo, alterava-se a quantidade de tempo nas quais eles poderiam ficar na cama, o quanto de luz solar receberiam por dia e mudanças nos padrões de alimentação, baseadas em um dia de 28h, eram incorporadas ao cotidiano. Durante este mês, portanto, os voluntários ficaram à mercê das estripulias dos doutores. Por sorte, o nome do líder do estudo não começava com “m”; caso se chamasse “Morfeu”, nome do deus grego do sono e dos sonhos, e lhe convidasse para um estudo amalucado com este, você aceitaria?
Cada vez que uma alteração na rotina dos participantes era realizada, mediam-se a taxa metabólica basal, peso e respostas metabólicas à alimentação padronizada. Após tantos cuidados, dados curiosos começaram a aparecer.
Os autores do estudo descobriram que disrupções no ritmo circadiano e escassez de sono levavam a uma queda acentuada na produção de insulina após as refeições, em média cerca de 30%. Além disso, a glicemia pós-alimentação praticamente dobrou em relação aos níveis atingidos antes do início da pesquisa. A taxa metabólica basal dos participantes caiu 8%, o que resultaria em um ganho de 4,5kg ao longo de um ano, caso a dieta não mudasse.
Assustador? Certamente. Os pesquisadores garantem que estudos muito mais longos são necessários a fim de que as causas para estas mudanças metabólicas sejam encontradas. E que, após 9 dias de readaptação a 8h de sono diárias, todos os níveis ruins voltaram ao normal.
Remissão do diabetes tipo 2 é uma realidade cada vez mais frequente, afirmam entidades médicas
Um dos termos mais procurados junto com “diabetes” é “cura“. Afina…