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Escócia rejeita nova insulina degludec

Medicamento de ultra-longa duração é uma grande esperança para diabéticos. Entenda como esta decisão econômica pode influenciar também as nossas vidas.

insulina degludec diabetes 2

Os governos, através de seus Ministérios da Saúde, são os maiores compradores de medicamentos do mundo. Países como Inglaterra e Estados Unidos, devido ao montante que investem em saúde pública, acabam ditando tendências de pesquisa para toda a indústria farmacêutica. Por exemplo, se os serviços de saúde da maior parte dos países não cobrir, digamos, tratamentos para a dengue, o incentivo para que a indústria pesquise novos medicamentos contra a doença são menores, o que acaba resultando em menos medicamentos para dengue no mercado. Sendo assim, toda vez que vemos uma notícia relacionando decisões do governo sobre a compra ou não-adoção de certos remédios, é bom ficar atento.

A história da vez vem da Escócia, país que possui um forte e abrangente sistema público de saúde. O país decidiu, no final da última semana, não utilizar a insulina degludec para tratar os diabéticos escoceses. O motivo alegado é que o remédio é muito caro.

A notícia é um balde de água fria para os milhões de diabéticos que lá residem. A insulina degludec é um tratamento da nova geração de insulinas, de ação ultra-longa (+42 horas), fabricada pela farmacêutica Novo Nordisk e voltada tanto para o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2 em adultos. Em tese, mesmo pessoas que habitualmente utilizam insulina várias vezes ao dia teriam de utilizar a degludec apenas uma vez.

Em janeiro deste ano, a insulina degludec foi aprovada para uso humano pela Comissão Européia.

A Escócia possui um dos mais avançados serviços públicos de apoio aos diabéticos – veja na matéria abaixo!

+ Leia mais sobre o tratamento do diabetes na Escócia em “Escócia trata diabéticos em clínica virtual: Habitantes de uma das regiões mais isoladas do mundo não precisarão sair de casa para cuidar do diabetes.

 

COMO A DECISÃO PODE AFETAR AS NOSSAS VIDAS

A comunidade diabética escocesa, obviamente, não gostou da novidade e pretende reclamar contra o governo, através de petições. Na internet, muitos protestam que o governo está pensando em questões financeiras em detrimento da saúde da população.

Porém, há de se lembrar o início deste texto: os governos são os maiores compradores de remédios do mundo. Se a Escócia, com sua decisão de não comprar a insulina Degludec por ser muito cara, abrir um precedente e demais países seguirem a mesma idéia, é possível que a Novo Nordisk se veja obrigada a diminuir o preço do seu novo medicamento. Caso isto venha a acontecer, torçamos para que o desconto seja atrativo também a governos latino-americanos!

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