Diabetes tipo 1 aumenta entre os jovens
Ainda: conheça um pouquinho da história do Cedeba, centro de excelência baiano no tratamento do diabetes.
O diabetes é a doença que mais mata no Brasil, e uma das principais responsáveis por complicações cardiovasculares que normalmente terminam em infarto e derrame. Quando não controlada adequadamente, também pode levar à cegueira e amputações de membros. Dados do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), de 2000 a 2010, o diabetes matou mais de 470 mil pessoas, fazendo com que o Brasil atingisse a quarta posição em número de casos no mundo. Atualmente são mais de 13,4 milhões de pessoas com diabetes do tipo 2, especialmente as obesas e abaixo dos 40 anos.
Antigamente o diabetes tipo 2 era associada ao envelhecimento e as pessoas que mais sofriam eram os idosos. Hoje, o Ministério da Saúde faz um alerta devido ao crescimento da doença em pessoas com idade abaixo de 40 anos. O alerta é geral: o perfil mudou, mas os riscos ainda são os mesmos que têm feito os brasileiros se tornarem vítimas precoces de doenças como infarto ou derrame. Conforme a coordenadora de planejamento do Cedeba, Odelisa Matos, a doença tem atingido pessoas jovens devido à obesidade atrelada a problemas com alimentação e histórico familiar.
Odelisa ainda reforçou que alimentação inadequada e hipercalórica, aumento da obesidade, sedentarismo e estresse são os primeiros fatores para adquirir a doença. Para chamar atenção dos riscos da diabetes, no próximo dia 24 (segunda-feira), o Cedeba, unidade de média complexidade da rede estadual de saúde, completa 20 anos e faz uma programação para discutir a doença.
As peças-chave para a prevenção do diabetes tipo 2 são simples. Por mais que os médicos repitam isso, no entanto, a mudança no estilo de vida é fundamental para a prevenção e sucesso no tratamento. “O diabetes é uma doença que não tem cura e prevenir é a melhor opção para evitar a doença. É preciso que pessoas que tenham histórico de parentes que têm a doença se previnam com uma alimentação equilibrada, evitando o abuso de doces e gorduras, aliada a prática de exercícios físicos regularmente”, disse a coordenadora do Cedeba.
Uma dieta rica em fibras e com menor quantidade de gorduras como óleos, creme de leite e manteiga é a recomendação principal dos especialistas. No Cedeba são atendidos mil pacientes adultos com DM1 por dia, procedentes da capital e interior. O acompanhamento, voltado para o autocuidado, segundo Odelisa, é muito importante para evitar as complicações do diabetes, que reduzem a qualidade de vida e podem incapacitar o cidadão. “Quando uma pessoa é diagnosticada com o diabetes, os médicos da rede pública já encaminham essas pessoas para tratamento no Cedeba”.
O diabetes tipo 1, que ocorre com a destruição das células do pâncreas que produzem insulina, é menos frequente que o tipo 2, mas os riscos de complicações são idênticos, caso o paciente não mantenha a doença sob controle.
Segundo levantamento feito na década de 80, o diabetes estava presente em 7,6% da população brasileira: o tipo 2 representava 90% desse percentual, enquanto o DM1, de 5 a 10%. Atualmente, a coordenadora disse que 8% das pessoas sofrem com a doença, por conta do aumento da obesidade e do sedentarismo, o tipo 2 vem crescendo na população jovem.
20 anos de combate à doença
Para discutir mais sobre o assunto, o Cedeba fará uma celebração com uma programação no auditório do Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto, que começa a partir das 12 horas, nos dias 24, 26 e 27. A diretora e fundadora do Cedeba, a endocrinologista, Reine Chaves, faz a palestra de abertura enfocando o tema “Cedeba: Vinte anos de avanços e conquistas”. No dia 25, a assistente social da Sesab Erica Bowes enfoca “Ética no Ambiente de Trabalho”; e no dia 27, o tema será “Humanização da Saúde” pela psicóloga Jeane Braidy.
O Cedeba nasceu pela vontade de um grupo de profissionais que acreditou na proposta de um novo modelo de assistência para o paciente diabético. O sonho transformou-se em realidade, permitindo ao Cedeba tornar-se Centro de Referência em diabetes e outras endocrinopatias, não só na Bahia, mas em âmbito nacional e internacional.
A unidade que “vem fazendo a diferença na saúde pública na Bahia”, como destaca a diretora, tem ampliado e aprimorado os serviços, focando na assistência, disseminação de conhecimentos e capacitação dos profissionais da atenção básica da capital e interior.
O Cedeba é hoje um centro de referência no Brasil credenciado pela World Diabetes Foundation. É modelo para o Brasil e para os países de língua portuguesa. O Programa de Capacitação e Educação em Diabetes (Proced) expandiu a experiência do Cedeba para países de língua portuguesa, em colaboração com a World Diabetes Foundation.
Fonte: Tribuna da Bahia
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