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Diabetes na gravidez e os riscos da doença no futuro

Em mulheres que tiveram diabetes gestacional, cientistas descobrem algumas características que aumentam as chances de diabetes tipo 2 pós-parto.

É sabido que mulheres que tiveram diabetes gestacional – que é o diabetes que surge apenas durante a gravidez, podendo sumir após o parto – possuem maiores chances de desenvolver o diabetes tipo 2 no futuro. Algumas desenvolvem a condição poucos meses depois de darem à luz, outras demoram anos. Qual o motivo desta discrepância? Haveria fatores de risco que indicam as chances de uma mulher ter o diabetes no futuro? Cientistas do Hospital Universitário Nacional de Seul, na Coréia do Sul, foram investigar.

A pesquisa, que será publicada mês que vem na revista científica Endocrine Society’s Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, revela que existem fatores ambientais e genéticos envolvidos em maiores chances de diabetes nas mulheres que tiveram diabetes gestacional.

Os sul-coreanos acompanharam mais de 800 mulheres de Seul que desenvolveram diabetes gestacional entre 1996 e 2003. Ao longo da última década, a saúde destas mulheres foi acompanhada ano a ano, a fim de determinar quais delas adquiririam diabetes tipo 2 e quais seriam os motivos disto acontecer.

 

O QUE REVELAM OS DADOS DA PESQUISA

De acordo com os resultados, 12.5% das voluntárias foram diagnosticadas com diabetes em até dois meses após o parto. Outras 20% das mulheres tornaram-se diabéticas após um ano ou mais.

Cada uma das participantes passou por avaliações de saúde e teve seus genes identificados. Com base nestas informações, os pesquisadores puderam perceber que:

  • As mulheres que desenvolveram diabetes tipo 2 mais cedo (dentro do período de 2 meses após o parto) possuíam peso acima do normal, menor concentração de glicose em jejum, menor atividade das células beta (as produtoras de insulina), sensibilidade à insulina prejudicada e variações nos genes CDKN2A, CDKN2B e HHEX.
  • As mulheres que desenvolveram diabetes tipo 2 mais tarde (em um ano ou mais) apresentaram peso também acima do normal e menor tolerância à glicose, além de variações no gene CDKAL1.

 

O QUE TUDO ISTO QUER DIZER?

A conclusão dos pesquisadores é interessante. Além de demonstrar que há um importante fator genético em jogo, o resultado do projeto indica que grávidas acima do peso – em especial as obesas – correm muito mais riscos de ter diabetes no futuro.

É crucial para mulheres que tiveram diabetes gestacional que chequem os níveis de açúcar no sangue dois meses após darem à luz, e depois anualmente“, disse Soo Heon Kwak, um dos autores do trabalho. “Além dos problemas que o diabetes tipo 2 não-diagnosticado traz às mães, deixar de cuidar da doença aumenta os riscos dos próximos filhos desenvolverem doenças congênitas”, revelou o pesquisador.

 

 

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