Diabetes fecha Quarta da Saúde de 2013
Conviver é viver com. E viver com, seja um casamento, colegas, filhos, implica em pontos negativos e positivos. Foi com essa premissa que a professora Anelise Impelizieri, endocrinologista do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, abriu a palestra: “Convivendo com diabetes”, a última edição do Projeto Quarta da Saúde de 2013.
De acordo com a professora, uma das grandes preocupações atuais é a progressão de diabetes no mundo. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima-se que mais de 12 milhões de pessoas tenham a doença. Anelise conta que há a previsão de crescimento de 114% dos casos no Brasil, do ano 2000 a 2030.
Para a endocrinologista, é necessário conhecer bem o assunto para que a convivência seja boa. O diabetes acontece quando o organismo produz pouca ou nenhuma insulina, responsável por transportar o açúcar ao resto do corpo, ou quando há algum problema nessa distribuição, e a insulina não consegue agir adequadamente.
No tipo 1 de diabetes, explica a professora, não há a produção de insulina pelo pâncreas. Mais comum em crianças e adolescentes, não há prevenção para esse tipo de diabetes, e o tratamento é a aplicação da insulina.
Já no tipo 2 de diabetes, que é quando o pâncreas para de produzir a substância com o tempo, há uma forte relação com a obesidade, e dessa forma, é possível prevenir o seu aparecimento. “A minha maior preocupação é com as crianças. É na infância que surgem os principais hábitos que podem levar à obesidade”, alerta.
“Falta uma mudança na gente”, reflete a professora, lembrando que é fundamental uma alimentação balanceada e, principalmente, a realização de exercícios físicos. Ela contou que em um estudo com pré-diabéticos o menor índice de desenvolvimento da doença foi com o grupo de pessoas que mudou os hábitos. Em segundo lugar, o grupo tratado com medicação e, em terceiro, o grupo tratado com placebo, um tipo de medicamento sem efeito algum. “Gostaria que houvesse um medicamento que convencesse meus pacientes a fazerem atividades físicas”, brincou a professora.
Sintomas
A endocrinologista explica que geralmente não há sintomas de diabetes. “O diabético tem mais sede, urina mais, quando é o tipo 1 pode perder muito peso e, no tipo 2, ganhar. Esses sintomas, porém, podem ser facilmente confundidos com a rotina de qualquer pessoa”, analisa. Porém, ela lembra ainda que o diabetes pode também apresentar sintomas como: feridas que não cicatrizam, coceiras e alterações visuais. “A pessoa pode ter a sensação de enxergar embaçado”, descreve.
Controle
As atividades físicas também são importantes para o controle do diabetes. Anelise destacou três tipos diferentes: os aeróbicos, como corrida, natação e ciclismo; os de fortalecimento muscular, como musculação; e de flexibilidade e equilíbrio, como o pilates.
Para evitar as complicações do diabetes, que podem ser desde o acidente vascular cerebral a retinoplastia, doença coronária e nefropatia, a professora lembra as metas de controle do diabético: manter o peso ideal, a hemoglobina glicada abaixo de 7, o colesterol “ruim” abaixo de 100, e o bom acima de 40 em homens e 50 em mulheres, a taxa de triglicérides menor que 150 e a pressão arterial abaixo de 120 x 80.
Quarta da Saúde
O Projeto, que busca levar ao público assuntos de interesse da área de saúde apresentados por professores da Faculdade de Medicina da UFMG, entra em recesso, e retorna em 2014 com novos temas. A iniciativa é do Centro de Extensão (Cenex-MED) e da Assessoria de Comunicação Social (ACS) da Faculdade de Medicina da UFMG. A apresentação da professora Anelise Impelizieri será disponibilizada na página do Quarta da Saúde.
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