Diabetes e Direção: leis aumentam perigo no trânsito
Tiro pela culatra: novas leis aprovadas na Europa para prevenir acidentes de trânsito com diabéticos geram muito mais riscos nas estradas. Entenda.
Diabetes e direção é um assunto controverso. Apesar de quem convive com a doença não encontrar grandes barreiras à aquisição da carteira de motorista aqui no Brasil, é importante lembrar que episódios de hipoglicemia, quando ocorrem dentro de um carro, podem ter conseqüências catastróficas. Por isso, é comum diabéticos receberam orientações especiais quanto ao controle das taxas de açúcar no sangue caso queiram dirigir. Com elas bem controladas, o único stress dentro do veículo será o próprio trânsito.
Para entender: episódios de baixa quantidade de açúcar na corrente sangüínea – as hipoglicemias – são mais comuns em quem controla o diabetes com insulina. As hipos prejudicam a coordenação motora, percepção sensorial e capacidade de resposta a estímulos. Todos estes fatores podem se mostrar fatais quando o diabético estiver dirigindo. Por isso, é recomendada a medição da glicemia antes de entrar no veículo. Caso esteja relativamente baixa, a dica é corrigi-la antes para poder navegar tranqüilo pelas estradas.
No resto do mundo, porém, nem sempre é fácil um diabético ganhar e conseguir manter a carteira de habilitação. Na Europa, onde o acompanhamento médico é muito diferente daqui, as regras de quem pode ou não pode dirigir afetam diretamente a vida dos diabéticos. Para a pior, nos últimos anos.
Um estudo publicado este mês na revista Diabetes Care revelou que as leis de trânsito adotadas na União Européia têm feito o número de casos relatados de hipoglicemia cair drasticamente. Com isso, o tratamento de milhões de diabéticos pode ser prejudicado, pois os médicos deixarão de saber como anda o controle glicêmico dos pacientes e não serão capazes de ajuda-los a tratar adequadamente a doença.
BUROCRACIA MUDA LEI QUE ERA BOA…
O estudo, conduzido por pesquisadores de um hospital dinamarquês, analisou se os números de hipoglicemias relatados pelos diabéticos aos seus médicos havia aumentado ou diminuído logo após a introdução de novas leis de trânsito européias.
Até então, funcionava da seguinte maneira: paciente e médico entravam em um “acordo” quanto às habilidades do diabético de dirigir. Se o médico achasse que o número de episódios de hipoglicemia era baixo, então o diabético estava liberado para pilotar. Se os casos aumentassem, então o profissional da saúde poderia ajudar a corrigir o controle glicêmico.
Se houvesse muitos casos de hipoglicemia, mesmo após tentativas de correção, então o médico poderia indicar, por escrito, que o paciente não dirigisse. Cumprir ou não a norma médica era decisão do próprio diabético. Esta norma era apenas uma espécie de “comprovante” do médico no caso de algum acidente acontecer. Com ela, o profissional poderia comprovar às autoridades que o acidente não foi sua responsabilidade e que o paciente estava ciente dos riscos.
…PARA UMA VERDADEIRA TRAPALHADA
De dois anos para cá, porém, novas leis entraram em vigor na Europa. Agora, é o próprio médico quem tem a responsabilidade legal de permitir ou não que o diabético dirija. E, segundo as leis, se o diabético informar ao médico de que teve 2 ou mais episódios de hipoglicemia ao longo de um ano, automaticamente o médico deve suspender a habilitação do paciente.
O resultado da nova lei? Uma queda brusca no número de casos de hipoglicemias relatados.
Segundo o estudo, após as novas leis entrarem em vigor, o número de relatos de 1 episódio de hipoglicemia se manteve estável. Porém, a quantidade de relatos de dois ou mais picos hipoglicêmicos (os que levam à perda de carteira) caiu 73%.
Teste de glicemia: uma obrigação antes de viagens longas e atividades que requerem grande concentração e atenção.
PERIGO NAS ESTRADAS E NOS AMBULATÓRIOS
O doutor Ulrik Pedersen-Bjergaard, autor do trabalho científico, comentou:
“Quando um médico é posto na posição de ser a pessoa que determina se o paciente pode manter sua carteira de motorista, isto gera um grave perigo na relação paciente-médico que pode resultar em tratamentos piores e número maior de acidentes nas estradas”.
“O problema é que a hipoglicemia severa não é, em si, uma doença, mas um sintoma dos tratamentos necessários ao manejo do diabetes tipo 1”, explicou o médico.
Com menos gente avisando os médicos de que a glicemia está caindo com frequência, é de se esperar que, nos próximos anos, aumente o número de acidentes nas estradas envolvendo diabéticos. É um triste panorama, gerado artificialmente por uma lei mal escrita que, ao invés de estimular o bom controle da própria saúde, gera medo e apreensão em quem convive com o diabetes. A estratégia, neste caso, parece ser burlar a lei, com consequência graves à saúde própria (e à dos outros!). Mais um tiro burocrático saiu pela culatra.
Remissão do diabetes tipo 2 é uma realidade cada vez mais frequente, afirmam entidades médicas
Um dos termos mais procurados junto com “diabetes” é “cura“. Afina…
Resumindo: A pessoa mente para o médico com medo de perder a carteira de habilitação, e isto pode gerar um número bem maior de acidentes de trânsito !
Pois é, é bem por aí!
Absurdo, não?!
HOJE EU ME DEI MAL DIRIGINDO TIVE HIPOGLICEMIA E BATI O MEU CARRO….FORA O RISCO DE SE MATAR QE FOI MUITO POSSIVEL NA OCASIAO DA BATIDA O MEU CARRO FICOU BEM DANIFICADO PREJUIZO NO BOLSO AGORA….