Dê sua assinatura: campanha por melhores insulinas para os jovens
Campanha na internet mobiliza diabéticos; meta é convencer Ministério da Saúde a fornecer insulinas que facilitem o controle do diabetes em jovens e crianças.
Uma campanha apoiada por alguns dos maiores grupos pró-diabéticos do Brasil – como ADJ, ANAD, FENAD, SBEM, SBP e SBD – busca convencer o governo a fornecer insulina ultrarrápida para crianças e jovens no Brasil. Uma petição foi lançada no site AVAAZ e já conta com cerca de 20 mil assinaturas – a meta é atingir 2 milhões.
No Brasil, apenas 10% dos diabéticos tipo 1 conseguem um bom controle da glicemia. Os motivos para isso variam de pessoa a pessoa, mas as conseqüências são universais: manter os níveis de açúcar no sangue em valores inadequados faz disparar as chances de desenvolver complicações graves do diabetes. Por isso, oferecer insulinas que facilitem tratar a condição é uma questão de saúde pública que deve ser adotada pelo governo federal.
Ainda sobre o assunto, esta sexta-feira ocorre em São Paulo o evento “Discutindo a Situação do Diabetes Tipo 1 no Brasil“, no qual alguns dos organizadores da petição explicarão melhor as idéias por trás da campanha. Mais informações estão na imagem abaixo.
[button link=”https://secure.avaaz.org/po/petition/Exmo_Sr_Ministro_da_Saude_do_Brasil_Professor_Doutor_Arthur_Chioro_Disponibilize_insulinas_melhores_para_criancas_e_adol/?nLDoBib” size=”large” target=”new” color=”blue”]Clique aqui para dar sua assinatura à campanha![/button]
LEIA A PETIÇÃO COMPLETA
O controle do diabetes no Brasil é inadequado, principalmente entre os usuários de insulina (aproximadamente 10% com bom controle). No longo prazo, o mau controle do diabetes aumenta o risco de desenvolvimento de complicações (cegueira, insuficiência renal, amputação, infarto do miocárdio) que comprometem a saúde e a qualidade de vida destas pessoas e aumentam os custos com o tratamento. Além disso, o uso de insulinas ou doses de insulinas inadequadas pode provocar hipoglicemias graves (glicose muito baixa no sangue) com perda de consciência, convulsões e até mesmo morte, principalmente se ocorrem enquanto os pacientes dormem. Solicitamos a incorporação de insulina de ação ultrarrápida (insulina asparte, ou glulisina, ou lispro) para as pessoas com diabetes e idade até 19 anos (crianças e adolescentes pela OMS), na tentativa de reduzir complicações futuras do diabetes e hipoglicemias graves e noturnas e aumentar as chances de que alcancem a vida adulta com capacidade funcional e laborativa como esperado para o futuro das crianças.
O diagnóstico de diabetes tipo 1, geralmente, é feito na infância e adolescência e estes pacientes devem usar múltiplas doses de dois tipos diferentes de insulinas. Uma insulina de ação rápida ou ultrarrápida, associada a uma insulina de ação intermediária ou prolongada, para obtenção de controle adequado da glicemia. Crianças e adolescentes têm maior dificuldade para reconhecer os sintomas de hipoglicemia e para tratá-la adequadamente, o que aumenta a probabilidade de hipoglicemias graves. Além disso, hipoglicemias graves podem ter consequências mais danosas nesta faixa etária. Durante a adolescência, geralmente, há piora do controle glicêmico, associada às mudanças hormonais que ocorrem neste período e que se somam às mudanças comportamentais.
Atualmente, o Ministério da Saúde do Brasil disponibiliza na lista de medicamentos do SUS, apenas as insulinas humanas NPH (ação intermediária) e regular (ação rápida). Nas últimas décadas houve uma evolução significativa no tratamento com insulinas, com o surgimento das insulinas análogas de ação ultrarrápida e de ação prolongada que permitem melhor controle do diabetes e redução das hipoglicemias. As insulinas de ação ultrarrápida possuem início de ação mais rápido e são eliminadas do corpo mais rapidamente do que a insulina humana regular, o que possibilita um melhor controle da glicemia após as refeições e redução das hipoglicemias graves e noturnas. Entre as insulinas análogas estas são as de custo mais baixo, quando comparadas às insulinas análogas de ação prolongada (detemir e glargina) e que possuem mais estudos sobre eficácia e segurança, inclusive em crianças e adolescentes.
O diabetes é uma epidemia mundial e no Brasil, sendo necessária uma estratégia específica para o seu controle. Visando uma melhora planejada e gradativa do tratamento com insulinas no Brasil, solicitamos a incorporação das insulinas de ação ultrarrápida para todas as pessoas com diagnóstico de diabetes e idade até 19 anos. Outros países como Alemanha, Inglaterra, Chile, Costa Rica e Uruguai possuem insulinas análogas na padronização do tratamento de pessoas com diabetes. No Brasil, a judicialização da medicina tem permitido o uso de tratamentos mais adequados para pessoas com diabetes. Porém, essa prática cada vez mais frequente em nosso país, permite acesso apenas aos pacientes que tem a possibilidade de mover ação contra o Estado. A grande maioria dos pacientes atendidos pelo SUS não possuem estes tratamentos disponíveis.
Esta incorporação inicial para pacientes com idade até 19 anos torna este primeiro passo factível, atenderá crianças e adolescentes com doença crônica que são prioridades em saúde pública no mundo e fornecerá dados que permitirão a análise para a progressão da melhora do tratamento com insulinas no Brasil. Com estes dados, será possível avaliar a incorporação das insulinas de ação ultrarrápida em outras indicações (todos com diabetes tipo 1, gestantes e idosos com hipoglicemias graves e noturnas frequentes, em uso de insulina humana regular), assim como de outras terapias, como as insulinas de ação prolongada e a bomba de insulina, indicadas em situações especiais, para os pacientes que persistem com hipoglicemias graves e noturnas apesar do uso da insulina de ação ultrarrápida.
As sociedades médicas e de profissionais de saúde (SBD, SBEM e SBP), bem como as entidades representativas de pacientes (ADJ, ANAD e FENAD), em contrapartida, se disponibilizam para auxiliar na análise dos efeitos desta incorporação sobre a saúde e qualidade de vida das pessoas com diabetes, seus aspectos farmacoeconômicos e no desenvolvimento de estratégias para melhorar a saúde de pessoas com diabetes em nosso país.
Esta é a nossa chance de mudarmos a realidade de pessoas com diabetes do Brasil, possibilitando uma qualidade de vida melhor.
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