Conheça a família que se adaptou ao diabetes e leva uma vida tranquila
Pais procuraram suporte para filho que tem a doença, tomaram cuidados necessários e lidam bem com mudanças, sem afetar rotina.
Diabetes é uma doença do metabolismo causada pela falta de insulina, que para de ser produzida pelo pâncreas. A falta total ou parcial de insulina interfere na queima do açúcar e na sua transformação em outras substâncias como proteínas, músculos, gorduras, etc.
A doença crônica possui vários tipos. As mais comuns são a tipo I e a tipo II. A tipo II é a mais recorrente e acontece quando organismo produz insulina normalmente, mas o corpo se torna resistente à ação do hormônio e as taxas de açúcar no sangue se elevam. Atinge aproximadamente 90% dos diabéticos e é um mal silencioso.
O diabetes tipo I, embora ocorra em qualquer idade, é mais comum ser diagnosticado em crianças, adolescentes ou adultos jovens. Este tipo acontece quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem de destruição autoimune.
O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem esse hormônio.
João Pedro Azevedo de 10 anos foi diagnosticado com Diabetes tipo I em junho de 2011, pouco antes de completar 7 anos. A mãe Silvia Azevedo foi quem percebeu os primeiros sintomas.
“Em maio de 2011 desconfiei que tinha algo errado, o JP estava fazendo muito xixi e tomando muita água, emagreceu rapidamente e reclamava de cansaço. Procurei na internet e me deparei com o quadro de diabetes tipo 1, levei ao pediatra o qual confirmou o diagnóstico”, conta Sílvia.
Hoje, Sílvia alimenta o blog João Pedro e o Diabetes, com o dia a dia e informações sobre a doença. A adaptação da família com o diagnóstico foi tranquila e em pouco tempo João estava pronto para encarar as mudanças que o diabetes trouxe em sua vida.
“Em nossa casa a aceitação foi praticamente imediata. Procuramos entender o que era o diabetes, como cuidar e tratar além das explicações que o médico passou. Não parei de trabalhar, tive o apoio do marido e de minha mãe. Na época do diagnóstico o João era mais novo, mas desde os primeiros meses fui ensinando para ele como perceber os sintomas de hipo e hiper e como fazer as correções de ambas, como medir a glicemia. Ele aprendeu a aplicar insulina após três meses de diagnóstico. Os adultos só assistem, mas ele quem faz os procedimentos. Sempre acompanhei tudo por telefone. Hoje o João já adquiriu muita prática no tratamento, toma algumas decisões de acordo com a sua responsabilidade sozinho, é independente.”
O controle atento e a disposição da família em colaborar com o tratamento faz com que João Pedro leve uma vida tranquila com o diabetes. “Ele não deixou da fazer nada do que fazia antes, só fizemos adaptações e vida normal. O diabetes é parte de nossa vida e não limita”, ressalta a mãe.
No tratamento de João para o Diabetes tipo 1 não existe restrições alimentares, apenas cuidados diários para que a taxa de glicose esteja dentro do estipulado pelo médico. “O João faz tudo, tudo mesmo, vai em aniversários, dorme na casa de amigos, faz atividade física, vai na escola, pula, canta, briga e dança como qualquer criança. Não temos restrição na alimentação e sim moderação, em nossa casa seguimos uma alimentação saudável o qual todos deveriam seguir. Fazemos a contagem de carboidratos desde o início, tudo que ele come é contado para a aplicação de insulina correspondente e a glicada sempre esteve dentro da meta para a idade”, completa Sílvia.
O assunto é tão corriqueiro na família que o caçula de Sílvia, Julio César, de 4 anos, convive muito bem com o diabetes do irmão. “Até para o irmãozinho o tratamento é natural. Às vezes ele faz exame da glicose junto na maior alegria e sempre quer aplicar insulina também, para isso tem uma caneta de aplicação vazia (sem agulha) que vive em sua mão pra cima e pra baixo.”
Sílvia deixa uma lição para as famílias que convivem com a doença: “Ter diabetes não é a melhor coisa do mundo, mas não é ser diferente. Não existe cura, mas tem tratamento. É possível viver bem com a condição e ser feliz!”.
Fonte: Portal Brasil
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