As Bactérias do Bem
Novos estudos revelam que bactérias de nosso próprio intestino podem ajudar na prevenção do diabetes.
por Ricardo Schinaider de Aguiar, especial para o Diabeticool
Na figura, podemos ver células do intestino em azul e, em vermelho, uma densacamada de bactérias (Fonte: Dr. Li Hai, UCVM, Universidade de Bern).
Todos nós temos um enorme número de bactérias e outros micro-organismos vivendo em nossos corpos. Não são bactérias que causam doenças ou infecções, mas bactérias que convivem em harmonia conosco e que inclusive nos trazem benefícios, como a colaboração na digestão de diversos tipos de alimentos e até mesmo ajuda na prevenção de moléstias como a salmonella. Grupos de pesquisadores liderados por Jayne Danska, da Universidade de Toronto, e Andrew Macpherson, da Universidade de Bern, descobriram um novo e importante papel que essas bactérias podem desempenhar em nossos organismos: a prevenção da diabete.
Em jovens e crianças, a diabete pode ser causada por danos nas células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina e que são causados por células do próprio sistema imune. A razão para isso parece ser genética. Estudos já haviam demonstrado que ratos com tendência a ter diabete possuíam um mesmo gene que tornavam humanos também mais suscetíveis à doença. Agora, com a ajuda dos laboratórios da Universidade de Bern, os pesquisadores comprovaram que bactérias intestinais, especialmente em ratos machos, produzem hormônios capazes de impedir o desenvolvimento da diabete, mesmo naqueles que possuem a tendência genética.
O crescimento do número de crianças diabéticas visto nos últimos anos faz alguns médicos falarem em uma possível epidemia de diabetes no futuro. Com essa descoberta, abre-se uma nova possibilidade para diminuir essa alta incidência de diabete, principalmente em pessoas que já nascem com uma predisposição genética para a doença. “Nós esperamos que com uma melhor compreensão sobre como essas bactérias intestinais previnem a diabete, nós poderemos criar novos tratamentos que impeçam o desenvolvimento da doença em jovens e crianças”, afirma Andrew Macpherson.
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