Aprovado medicamento injetável semanal para diabetes tipo 2
Por enquanto disponível nos EUA, o Dulaglutide é uma esperança enorme de tratamento mais fácil para o diabetes tipo 2. O dr. Carlos Couri conta tudo aqui!
Acaba de ser aprovado pelo americano FDA o mais novo medicamento que pode ser utilizado no tratamento do diabetes tipo 2: o dulaglutide (nome comercial TRULICITY).
O TRULICITY é considerado “primo” do VICTOZA e do remédio há mais tempo no mercado, chamado BYETTA. A substância contida nele é o Dulaglutide. Dulaglutide é uma substância semelhante àquela liberada pelo nosso intestino quando ingerimos o alimento. Esta substância é chamada GLP-1.
Esta classe de remédios que têm ação semelhante ao GLP-1 humano promove redução da glicemia pelo fato de esta substância estimular a secreção de insulina pelo pâncreas e redução do hormônio glucagon (também produzido pelo pâncreas). Para quem não sabe, o glucagon eleva a glicose no sangue, ou seja, e é contrário à ação da insulina.
Além disso, o GLP-1 atua no centro da fome localizado no cérebro, induzindo a uma redução da vontade de comer. O GLP-1 também atua no estômago, fazendo com que ele fique mais lento para se esvaziar quando nos alimentamos. Com isso, o paciente refere que, quando come pequenas quantidade de alimentos, já sente o estômago mais cheio, não tolerando, portanto, ingerir grandes quantidades de comida.
Por isso, esta classe tem como um dos efeitos paralelos atraentes promover redução de peso. Mas é bom deixar claro: NÃO SÃO REMÉDIOS PARA EMAGRECER, E SIM PARA TRATAR DIABETES TIPO 2. ELES SÓ SÃO INDICADOS PARA PACIENTES COM DIABETES TIPO 2 E NÃO SE RECOMENDA O SEU USO PARA OBESOS NÃO-DIABÉTICOS.
É bom deixar claro outra coisa: apesar de ser injetável por via subcutânea, NÃO É INSULINA. Sua aplicação deverá ser semanal.
É possível que tenhamos mais esta opção disponível no mercado brasileiro em alguns meses. Porém, para isto, deveremos aguardar aprovação de nosso departamento regulamentador, a ANVISA.
Como se trata de um novo medicamento, devemos ficar atentos para efeitos adversos inadvertidos e seu uso deve sempre ser iniciado após indicação médica.
Por Dr Carlos Eduardo Barra Couri PhD em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, pesquisador da Equipe de Transplante de Células-Tronco da USP-Ribeirão Preto. Conceituado e premiado autor de pesquisas – inclusive em publicações internacionais -, materiais educativos e livros sobre o diabetes, em especial o tipo 1, e terapias com células-tronco.
Site: http://carloseduardocouri.blogspot.com.br ; www.twitter.com/cecouri
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