A complicação mais grave do diabetes
Você sabe qual é a complicação do diabetes que mais riscos traz à vida? Cientistas se surpreendem ao descobrir a resposta.
A importância de cuidar da glicemia com enorme atenção e carinho ganhou um argumento favorável a mais esta semana. Cientistas da Universidade de Washington publicaram um trabalho que pode mudar radicalmente a maneira como o tratamento a longo prazo do diabetes é feito. Os pesquisadores estimaram a influência direta de problemas renais, comuns a quem tem diabetes, na mortalidade dos pacientes. Os números impressionam – e os cientistas querem persuadir a comunidade médica de que é fundamental rever a maneira como a prevenção de doenças nos rins é conduzida.
A pesquisa, publicada no periódico Journal of the American Society of Nephrology, estuda os índices de mortalidade de mais de 15 mil adultos dos EUA, ao longo dos últimos dez anos. Os pesquisadores, liderados pela doutora Maryam Afkarian, cruzaram os dados de prevalência de diabetes e problemas renais neste grupo. A idéia era responder a uma questão: o quanto as doenças nos rins influenciam o falecimento dos pacientes?
Já se sabia, devido a evidências do dia-a-dia de profissionais da saúde de todo o mundo, que, no geral, quem tem diabetes possui uma expectativa de vida um pouquinho menor do que a população não-diabética, e que a tendência a desenvolver problemas renais é maior. Haveria algum link entre os dois fatores?
Os cientistas descobriram que sim. Os resultados finais da pesquisa indicam que, ao longo deste período estudado de 10 anos,
- a taxa de mortalidade em pacientes não-diabéticos e sem doenças renais foi de 7.7%;
- a taxa entre pessoas com diabetes, mas sem doenças renais foi de 11.5%;
- e a mortalidade de diabéticos com problemas renais chegou a 31.1%.
Notícias alarmantes? Nem tanto. Vale lembrar que, infelizmente, boa parte de quem tem diabetes não cuida adequadamente da saúde. Nestes casos, todos os perigosos efeitos nocivos da doença aparecem com força total. É bem possível que boa parte dos pacientes que foram listados no terceiro dos grupos acima se adequasse a esta descrição. Todavia, a doutora Afkarian pede cautela.
“Pessoas com diabetes tipo 2 têm vários outros fatores de risco para doenças cardiovasculares e mortalidade, então nós esperávamos que as doenças renais explicassem apenas parte, e não a maioria, das taxas elevadas de mortalidade associadas ao diabetes tipo 2. Para a nossa surpresa, nós descobrimos que mesmo nos pacientes medicamente complexos com diabetes tipo 2, doenças renais são indicadores muito fortes de morte prematura”, afirmou a cientista.
Já que os problemas nos rins parecem ser o principal motivo da morte prematura de quem tem diabetes, o que fazer para evitar as altas taxas de mortalidade, prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida dos diabéticos?
Explica Maryam: “”Em primeiro lugar, dentre as pessoas com diabetes tipo 2, o subgrupo que possui também doenças renais apresentam os maiores riscos de mortalidade; portanto, focar modificações intensivas nos fatores de risco neste subgrupo provavelmente resultará no maior impacto na mortalidade geral de pessoas com diabetes. Em segundo lugar, prevenir doenças renais pode ser uma maneira poderosa de reduzir a mortalidade entre os diabéticos”.
Como boa notícia, a própria revista Journal of the American Society of Nephrology publicou, ano retrasado, um artigo no qual relatava que o remédio Pyridorin, um derivado da vitamina B6, pode ser utilizado na prevenção de doenças renais em estágios iniciais.
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