Explicamos os dados da nova Pesquisa Nacional de Saúde
O IBGE divulgou na última semana os resultados da primeira Pesquisa Nacional de Saúde. Dados sobre diabetes impressionam.
Divulgados na última semana, os resultados da primeira Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE em todo o país, mostram um panorama abrangente de como o diabetes é cuidado aqui no Brasil. Além disso, fornecem informações valiosas quanto aos principais gargalos no tratamento da doença.
A pesquisa é referente a dados de 2013. Os resultados são baseados nas respostas dos moradores de 1.600 cidades de todos os estados do país. Cerca de 80 mil domicílios foram visitados pela equipe do IBGE. Apenas adultos (18 anos ou mais) responderam ao questionário.
QUANTAS PESSOAS TÊM DIABETES NO BRASIL?
O primeiro dado que mais chama a atenção é a incidência do diabetes. De acordo com a pesquisa, a doença afeta 6,2% da população adulta, o que corresponde a cerca de 12,5 milhões de pessoas. Destes, 5,4% são homens e 7% mulheres. A proporção é idêntica àquela prevista pela Sociedade Brasileira de Diabetes em 2012.
A incidência é um pouco maior nas áreas urbanas, onde 6,5% dos entrevistados disseram estar com diabetes. Na zona rural, foram 4,6%. A pesquisa não discerniu entre diabetes tipo 1 ou tipo 2, nem tentou explicar se a diferença entre campo e cidade, por exemplo, se deve à falta de diagnóstico na zona rural ou aos hábitos de vida urbanos.
Vale notar: no Brasil, 11,5% dos adultos jamais fizeram um simples exame de glicemia. Nas cidades, a taxa é de 9,9%, enquanto que no campo é de 21,5% – o que pode ajudar a explicar a incidência menor de diagnóstico de diabetes na zona rural.
COMO O DIABÉTICO BRASILEIRO SE CUIDA E É CUIDADO
Uma conclusão interessante que pode ser tirada da pesquisa é que, no país, a distribuição de remédios funciona muito melhor do que o atendimento médico em si.
Mais da metade dos entrevistados, 57,4%, conseguiu pelo menos 1 medicamento antidiabético através do programa Farmácia Popular.
Mas a proporção de quem recebeu atendimento médico de qualidade, incluindo exames preventivos, é assustadoramente baixa.
Apenas 35,6% dos adultos com diabetes fizeram, no último ano, exame de vista – a taxa é de míseros 17% entre a população rural. Exames nos pés foram realizados em apenas 30% dos diabéticos.
Na hora de cuidar da doença, também ajuda se um mesmo profissional da saúde for responsável pelo mesmo paciente ao longo do tempo, acompanhando seus progressos e retrocessos. Isto, pelo menos, parece acontecer com a maior parte dos diabéticos nacionais. 65,2% deles afirmam que se consultam rotineiramente com o mesmo médico.
Dos mais de 12 milhões de adultos diabéticos no país, cerca de 7% deles relataram grau intenso ou muito intenso de limitações nas atividades habituais do dia-a-dia devido à doença.
PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA NACIONAL
Os dados completos da pesquisa do IBGE podem ser acessados gratuitamente (e sem necessidade de cadastros) neste endereço eletrônico: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pns/2013/default_pdf.shtm
As informações sobre diabetes estão no arquivo “Doenças Crônicas”, a partir da página 13.
Para maiores detalhes sobre as outras doenças inquiridas na pesquisa, assim como hábitos de vida dos brasileiros, leia a matéria “Pesquisa Nacional da Saúde revela quadro preocupante para o Brasil“, do portal SobrePeso.
Remissão do diabetes tipo 2 é uma realidade cada vez mais frequente, afirmam entidades médicas
Um dos termos mais procurados junto com “diabetes” é “cura“. Afina…