Fator de risco para o diabetes: namorar um(a) diabético(a)!
Pesquisa surpreende ao constatar que parceiros de diabéticos tipo 2 têm chances maiores de desenvolver a doença. Entenda os motivos.
Por esta ninguém esperava. Estar em um relacionamento amoroso com um diabético tipo 2 aumenta em 26% os riscos do companheiro desenvolver, ele também, diabetes. A constatação veio de uma pesquisa científica publicada na última sexta-feira na revista BMC Medicine.
É a primeira vez que “relacionar-se com um diabético” entra na lista de fatores de risco para o diabetes. Até então, apenas ações como fumar, ser sedentário e estar acima do peso – ou seja, hábitos que envolvem somente a própria pessoa – eram consideradas de risco para o desenvolvimento da doença metabólica.
Os pesquisadores do Centro Médico da Universidade McGill, no Canadá, realizaram uma revisão de seis artigos científicos publicados anteriormente e que possuíam informações sobre a saúde dos participantes e de seus parceiros. No total, foram analisados os dados de mais de 75 mil casais.
“Quando nós falamos sobre o histórico familiar de diabetes tipo 2, nós geralmente entendemos que os riscos maiores dentro de uma família resultam de fatores genéticos. Mas o que a nossa análise demonstrou é que o risco é compartilhado com os cônjuges”, disse a doutora Kaberi Dasgupta, uma das autoras do trabalho.
EXPLICAÇÕES
Qual seria o motivo de cônjuges de diabéticos tipo 2 correrem riscos maiores de desenvolver a doença? Apesar de não darem certezas, os cientistas propõe uma hipótese.
Segundo eles, parceiros amorosos costumam compartilhar os mesmos ambientes e hábitos de vida. Isto significa que o casal, no geral, compartilha do mesmo tipo de alimentação, das mesmas atividades físicas (ou falta delas) e, até mesmo, de um estilo de vida mais agitado (que pode levar à pressão alta e ao colesterol alto, também precursores do diabetes).
“[Os resultados] ressaltam os efeitos de se partilhar ambiente, atitudes e comportamentos, os quais presumivelmente são o motivo do risco compartilhado. Nossos dados não vem de apenas um estudo, mas sim da síntese dos trabalhos existentes”, frisou a dra. Dasgupta.
O LADO BOM DA HISTÓRIA
A cientista explicou que vê um lado positivo nas suas descobertas. Segundo Dasgupta, saber que namorar uma diabética tipo 2 eleva os riscos de desenvolver a doença pode ser um ótimo sinal de alerta para homens cuidarem melhor da glicemia. Isto porque homens tendem a realizar menos exames médicos ao longo da vida, incluindo testes de açúcar no sangue.
Estar apaixonado por alguém que monitora continuamente a glicemia pode ser, assim, um lembrete de que a doçura do relacionamento deve ficar bem longe dos vasos sangüíneos.
Para ler o artigo científico: “Spousal diabetes as a diabetes risk factor: A systematic review and meta-analysis“
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