A origem do “quiabo cura o diabetes” na tv
Carlão Monteiro retorna ao Diabeticool contando um pouco da origem, em 2012, da famosa história do quiabo ‘curar’ o diabetes.
POR CARLÃO MONTEIRO, COLUNISTA DO DIABETICOOL
Já se vão mais de dois meses desde que escrevi pela primeira vez sobre o quiabo “curando” o diabetes (aliás, modéstia à parte, meu texto aqui no Diabeticool foi o primeiro publicado na internet explicando a controversa matéria do “Caldeirão do Huck” sobre os jovens mineiros e seu quiabo mágico!).
+ RELEMBRE o primeiro texto de Carlão: “O quiabo do Luciano Huck e o diabetes“
Desde então, milhares de pessoas já deram sua opinião e veredito aqui no site e no Facebook. O jovem líder em diabetes Ronaldo Wieselberg escreveu um texto polêmico e de altíssimo nível que explica, tim-tim por tim-tim, os motivos do quiabo diminuir, de fato, as taxas de açúcar no sangue (além de explicar o porquê disto não ser muito bom!). A Sociedade Brasileira de Diabetes, devido ao tamanho que assunto ganhou, até ela, deu seu parecer (negativo!) sobre o uso da água de quiabo. Todo mundo deu seu palpite.
Acompanhei por completo todas as discussões decorrentes do assunto. No final das contas, o pessoal se dividiu basicamente em dois grupos: de um lado, há as pessoas que entendem que água de quiabo baixa, sim, a glicemia, mas que faz isto devido ao aumento da quantidade de urina expelida e da ingestão das fibras, e que isto não é tratamento adequado para a saúde dos diabéticos. Do outro lado, há quem defenda com unhas e dentes a utilidade do quiabo como “cura” (usam esta palavra mesmo!) do diabetes, e qualquer tentativa de argumentação é vista como “complô da indústria farmacêutica” ou como algum tipo de elitismo que eu não compreendo (do tipo “você é médico, lógico que vai falar que quiabo não faz bem!!“, como se a única preocupação de quem estudou Medicina é vender remédio e sempre falar mal de tratamentos naturais).
De qualquer maneira, quero trazer hoje uma parte importante das origens da polêmica toda. A molecada de Minas que “descobriu” a água de quiabo se baseou nas pesquisas feitas pela cientista Vera Sônia Nunes da Silva, da UNICAMP/ITAL.
Em julho de 2012, o Globo Repórter fez uma extensa reportagem sobre alimentos naturais poderosos na cura de problemas de saúde. Após mencionar frutinhas do cerrado com propriedades anti-câncer, a reportagem exibe as pesquisas de Vera. Ela havia dado uma espécie de “farinha” de quiabo a camundongos diabéticos, e percebeu que a glicemia deles melhorou bastante, assim como os níveis de colesterol. A explicação para o fenômeno, dada pela própria Vera, eu deixo para vocês assistirem no vídeo [basta clicar na primeira imagem para acessar]!
Foi esta pesquisa que serviu de base para a “descoberta” da água de quiabo pelos meninos de Patos de Minas. A cientista Vera Nunes SEMPRE foi extremamente cautelosa ao dar entrevistas sobre os poderes antidiabéticos do quiabo, uma vez que conhece bem todo o extenso procedimento científico necessário à validação das descobertas, e certamente está chocada com essa loucura que virou a divulgação da “água milagrosa”.
Deixo com vocês o link para o vídeo que deu origem a uma das maiores polêmicas na comunidade diabética nacional dos últimos tempos. É interessante pensar a repercussão e as conseqüências que nossos atos têm hoje em dia, quando nada é perdido, tudo pode ser encontrado e a informação se tornou algo indelével e eterno.
Muita Saúde e Alegria a todos, sempre!
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