Bisavó recebe prêmio por combate ao diabetes
Já pensou passar meio século controlando a glicemia? Por sua luta contra o diabetes, senhora inglesa recebe honrosa distinção.
Ann Clegg exibe, orgulhosa sua medalha pela longa luta contra o diabetes.
A ONG inglesa pró-diabéticos Diabetes UK possui uma série de premiações para pessoas que se destacam no combate à doença. Um dos prêmios mais raros de serem entregues a alguém é a Medalha Alan Nabarro, oferecida a quem conviveu 50 anos com o diabetes. Semana passada, uma senhora da cidade de Ilkley, na Inglaterra, foi a mais recente agraciada com a distinção.
Ann Clegg é uma bisavó de 78 anos. Ela foi diagnosticada com diabetes tipo 1 em 1968, quando tinha vinte e oito. À época, o diabetes era uma condição médica pouco estudada e compreendida, tanto que Ann acredita que começou a sofrer os primeiros sintomas da doença aos 16 anos, porém só foi diagnosticada de fato doze anos mais tarde. Quando recebeu a notícia de que tinha diabetes, seus médicos deram a ela quatro dias de vida. Mal sabiam eles que Ann sobreviveria com saúde não apenas quatro dias, mas mais de quatro décadas! Durante este tempo, a diabética teve dois filhos, quatro netos e três bisnetas e trabalhou em diversas funções diferentes, sendo desde secretária a auxiliar em cruzeiros marítimos.
Como era antigamente
“O diabetes não era nada comum quando fui diagnosticada pela primeira vez; de fato, não havia nem mesmo tratamento especializado, e eu fui internada na ala para problemas cardíacos do hospital”, relembra a senhora Clegg.
“Nós costumávamos esterilizar nossas agulhas e seringas de vidro em uma panela com água fervente; agora, eu uso uma agulha que é chamada de “caneta”. [No começo] eu definitivamente não contei a ninguém sobre a minha condição, eu estava com muito medo de perder o trabalho, mas hoje em dia existe muito mais informação sobre o diabetes e a maneira que eu controlo meu diabetes me dá muito mais liberdade”, completa.
O pacato vilarejo de Ilkley, lar da sra. Clegg.Hoje em dia, tratar a doença é muito mais simples. De acordo com o doutor Andrew Pettit, especialista inglês em diabetes, “o tratamento teve muitos avanços nos últimos 90 anos. Inicialmente os pacientes tinham seringas de vidro reutilizáveis, mas atualmente seringas sofisticadas – as “canetas” – estão disponíveis, o que facilita demais dar as injeções, e temos também bombas em miniatura para uso da insulina. A insulina também foi adaptada ao longo dos anos para funcionar melhor via injeção, permitindo aos pacientes manter seus níveis de glicose em taxas normais com muito menos medições.”
Apesar das enormes dificuldades de tratar a doença há meio século, Ann perseverou e sobreviveu. Com a ajuda da família, ela aprendeu na marra a controlar a glicemia e a se alimentar melhor, o que permitiu que chegasse aos 78 anos com muita saúde. A Medalha Alan Nabarro, que recebeu, é a prova do sucesso de seu tratamento. “Estas medalhas são dadas a pessoas com diabetes que conviveram com a condição por 50 anos e marcam sua valente luta contra a doença”, disse uma representante da ONG.
O nome “Alan Nabarro” na medalha relembra uma história similar à de Ann. Alan também foi diagnosticado na metade do século XX. Os médicos disseram que ele viveria, no máximo, mais seis meses. Controlando diariamente a glicemia com todo o cuidado, ele viveu por mais 55 anos e tornou-se um grande exemplo para diabéticos do mundo inteiro.
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