11 pessoas têm o diabetes revertido pelo “Método da Fome”
Em uma novidade empolgante de começo de ano, método “radical” de tratar o diabetes mostra-se extremamente eficaz e “cura” 11 pessoas. Descubra como isto foi possível!
Em agosto do ano passado, o Diabeticool noticiou que o britânico Richard Doughty havia conseguido reverter seu diabetes tipo 2. Como se isto não bastasse, outro detalhe chamou a atenção para a notícia: o inglês garante que realizou a proeza em apenas 11 dias. O segredo para este pequeno ‘milagre’ foi seguir uma ‘dieta de fome’, baseada em apenas 800 kcal por dia (no geral, indica-se ingerir o triplo de calorias todos os dias).
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A idéia para a dieta brusca de Richard veio das pesquisas do cientista Roy Taylor, professor de medicina e metabolismo na Universidade de Newcastle, na Inglaterra. Taylor argumenta que o diabetes tipo 2 é causado, em boa parte dos casos, pelo acúmulo de gordura no fígado e no pâncreas, o que danifica o funcionamento deste órgãos essencias à produção de insulina e ao metabolismo. A hipótese explicaria, por exemplo, o porquê da obesidade e do acúmulo de gordura na região abdominal serem fatores de risco perigosos para o desenvolvimento do diabetes.
Após a divulgação da notícia de que Richard conseguira reverter o diabetes, o autor da hipótese original, Roy Taylor, começou a pesquisar a dieta de 800 kcal por conta própria. Após conseguir financiamento, o professor recrutou 11 voluntários obesos e testou neles a dieta brusca durante algumas semanas. A idéia foi deixar, literalmente, que o corpo dos voluntários ‘passasse fome’, processo que estimula a queima das gorduras extras acumuladas no organismo (e, desta maneira, permitindo a ‘desobstrução’ de órgãos como o pâncreas).
Neste final de semana, o professor Taylor e sua equipe divulgaram, entusiasmados, os resultados desta pesquisa. Segundo eles, o diabetes tipo 2 de todos os 11 pacientes desapareceu.
FALAM OS CIENTISTAS
“Nós demonstramos que, ao modificar a ingestão de calorias, fomos capazes de mudar as taxas de gordura no fígado e no pâncreas, fazendo a produção de insulina voltar ao normal”, disse Taylor. “A boa notícia é que, se você conseguir cortar a gordura da alimentação, então o nível de gordura no fígado cai muito rápido e isto significa que o pâncreas pode voltar a funcionar”.
Agora, um estudo com custos estimados em R$9,5 milhões está sendo posto em ação por Taylor e seus colegas. A meta é ampliar o número de obesos estudados de 11 para 280, todos com diabetes tipo 2. Além disso, eles terão a saúde acompanhada durante vários anos. Isto porque ninguém sabe ainda se os resultados obtidos através da dieta drástica são ‘sustentáveis’, isto é, ninguém sabe se o diabetes vai retornar quando a pessoa voltar a se alimentar normalmente (uma vez que se manter por muito tempo em dieta de 800kcal gera efeitos adversos perigosos no organismo, inclusive a subnutrição).
“Nós estamos confiantes de que algumas pessoas com diabetes tipo 2 conseguirão atingir a remissão”, disse Mike Lean, professor da Universidade de Glasgow e colaborar no estudo. “O que realmente queremos saber é quantas pessoas conseguirão fazê-lo. Se nossas análises mostrarem que esta estratégia tem um bom custo-benefício, nossa meta então será desenvolver um programa que possa ser implementado no sistema público de saúde o mais rápido possível”.
POSSO TENTAR EU MESMO FAZER ESTA DIETA DRÁSTICA EM CASA?
Será que comer pouco (muito pouco mesmo!) se tornará um tratamento-padrão para o diabetes tipo 2?Não. Esta é a orientação unânime de diversos profissionais da saúde ouvidos pelo Diabeticool. Todos eles alertaram que os voluntários do estudo só estão vivos hoje porque a dieta de 800 kcal foi cuidadosamente planejada por nutricionistas, o que permitiu que eles mantivessem a saúde mesmo comendo tão pouco. Este tipo de cálculo de calorias diárias na alimentação é extremamente complexo, envolvendo diversos fatores como quantidades de vitaminas e proteínas ingeridas, e deve ser feito apenas por profissionais.
Além disso, vale lembrar: o método funciona (em tese) apenas em um caso específico de diabetes: o de pessoas obesas e que estão com diabetes tipo 2. Alimentar-se menos não traria efeitos para quem está com diabetes tipo 1, disseram os médicos.
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